quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sabonete de Barbatimão Edição Especial com Óxido de Zinco



Além dos benefícios do barbatimão que este maravilhoso sabonete contém, a Edição Especial vem com

Óxido de Zinco

Que é um mineral natural presente em vários medicamentos e cosméticos. Um exemplo é a Pomada Hipoglós que contém grande quantidade. Outro são os protetores solares.

O óxido de zinco é excelente para combater e curar assaduras, queimadura e inflamações. Além de ser um ótimo protetor dos raios solares.

Estará disponível daqui uns 5 dias. Então façam suas encomendas que este sabonete esgota rápido.

E-mail: ingasaboaria@gmail.com

Preço: R$ 10,00 + frete por conta do comprador.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sabonetes Líquidos Naturais feitos com óleos vegetais

Boa noite pessoal. Vou falar um pouco dos meus sabonetes líquidos vegetais e naturais. Para fazer um sabonete líquido a partir de óleos como o Coco de Babaçu, Azeite de Oliva, Soja, etc., usa-se uma técnica diferente com relação a escolha dos ingredientes e o álcali que vai gerar a lixívia. A escolha dos ingredientes depende do visual do produto final que se deseja. Através dessa escolha pode-se ter um sabonete turvo, isto é, sem transparência ou completamente translúcido. Óleos como o de Jojoba, Palma e outros que pode conter matéria insaponificável, causa turvação no sabonete líquido, mesmo diluindo ele a grandes porcentagens. O álcali, que será responsável pela saponificação, deve ser a Potassa Cáustica (KOH) e não a soda cáustica (NaOH). Os sais de potássio que se formam na saponificação são mais solúveis em água. Isso significa que pode-se fazer um sabão ou sabonete líquido concentrado, usando pouca água na diluição da massa.

Olha ela  depois da completa saponificação. A massa fica semi-translúcida e pastosa.
Aqui tem óleo de coco de Babaçu, soja, azeite de oliva e rícino (mamona).

Depois que os óleos são saponificados, vem a parte da diluição onde adiciona-se água quente para que haja a completa dissolução. Este processo tem que ser bem controlado porque se colocar muita água, o sabonete ficará ralo e sem a ação desejada. Também precisa ser água de ótima qualidade. A que eu uso é de poço artesiano. Aqui em maringá tem muito disso.
Todo o processo leva 3 a 4 dias para se completar. Assim, no final do processo, eu terei uma base de sabonete líquido translúcida e viscosa parecendo mel. Só assim se terá a certeza de que a base do sabonete está no ponto ideal de concentração para fazer um sabonete natural, vegetal, sem aditivos sintéticos e que, para a pele, não há nada igual.
Depois da dissolução, vem a parte dos extratos glicerinados, óleos essenciais e/ou essências.
Os extratos são adicionados primeiro e depois os óleos essenciais.
Se tudo ocorreu bem, o sabonete líquido terá a cor do extrato glicerinado escolhido, ele será translúcido e com um aroma incrível.
Olha a foto abaixo. Como a aloe vera é um gel claro semi transparente e o extrato glicerinado também, esse sabonete líquido ficou com a sua cor natural.



O sabonete líquido produzido dessa maneira tem uma textura diferente e a ação dele na pele também. Não tem nada haver com os "normais" sintéticos que todos compram e usam. Todos os sabonetes líquidos vendidos em supermercados, farmácias (inclusive manipulação), lojas de cosméticos e etc. usam ingrediente sintéticos. Fora os corantes artificiais usados.
Os mais comuns (e pode ter certeza que pelo menos 2 ingredientes listados abaixo) fazem parte dos sabonetes sintéticos e que hoje, na minha opinião, deveriam ser chamados de detergentes.

Lauril Éter Sulfato de Sódio (LESS) - esse é o principal e mais agressivo.
Amida 60 ou 80 ou 90 (dietanolamina de ácido graxo de coco). A numeração determina a concentração de ativos. Confere viscosidade e detergência.
Anfótero (Coco amido propil betaína) - aumenta a viscosidade do sabonete sintético.
Dodecil benzeno sulfonato de sódio (popularmente chamado de ácido sulfônico) - mais usado em detergentes lava louças, roupas e detergentes profissionais tais como solupan, intercap, etc. Sim pessoal, tem sabonetes líquidos que tem esse ingrediente. principalmente aqueles baratinhos (5 litros por 10 reais).
Lauril Sulfato de Sódio (LSS - sem a designação éter) - dizem que é mais ameno que o LESS.
Lauril Sarcocinato de Sódio - também mais ameno que o LESS.
Lauril Sulfato de Amônio (LSA) - alternativa mais leve aos outros acima
Nonifenol Etoxilado (Renex) - usado também em detergentes para limpeza pesada. Esse ingrediente foi banido da Europa por causar mutação genética - faça a pesquisa. No Brasil é utilizado que nem água.
Polietileno glicol - derivado petroquímico muito utilizado para fazer extratos glicólicos e como aditivo no sabonete para atrair água para a pele. Esse ainda tenho minhas dúvidas se é bom ou ruim. Existem vários estudos que mostram os dois lados, mas por via das dúvidas, não uso ele na produção.
Trietanolamina - é um alcalinizante que melhora a solubilidade de outros aditivos na composição do sabonete sintético.
Álcoois etoxilados - família grande de ingredientes derivados da petroquímica, que são mais caros e que conferem uma melhor aceitação na pele. São mais amenos e usados em pouquíssima quantidade porque aumentam o custo do produto final.
Aminas óxidas - família grande também e mais caros. São ingredientes amenos como os álcoois etoxilados.
Base perolada (ingrediente para o sabonete) - nada mais é do que composto inerte. Não agrega nada além do visual "perolizante".

Esse são alguns ingredientes sintéticos encontrados no sabonetes líquidos comerciais. Sejam eles para bebês, higiene íntima, banho, lavabo. Há também outros para amenizar os efeitos de detergência para que eles tenham mais aceitação como a uréia e a glicerina.

Escrevo isso porque já fiz muito detergentes sintéticos como sabonetes líquidos, detergente lava louça, detergentes para limpeza pesada como ácidos e alcalinos, detergentes clorados, desinfetantes e muito mais. Se quisesse, poderia deixar o sabonete líquido em forma de gel transparente. Já os naturais, não aceitam um aumento de viscosidade muito grande. Por isso eles são mais fluidos.
Se alguém quiser uma receita, tenho várias e já testadas, mas não faço mais. Tentei fazer produtos diferenciados com esses ingredientes onde a qualidade predominasse, mas o custo de produção também aumenta proporcionalmente à qualidade e segurança no uso. As receitas foram resultados de muita pesquisa em livros e na internet. Mas aqui na minha cidade não vingou pois acharam que era muito caro. A preferência era pelos baratinhos.

Voltando aos sabonetes, para quem tem a pele normal e sem problemas, estes tipos de sabonetes não geram problemas maiores. Mas para quem tem a pele sensível (como as mulheres) ou com enfermidades, eles são bastante agressivos. Não damos conta disso e vamos para o médico para resolver os problemas de pele causados por produtos cosméticos industrializados. Ele receita um creme que irá apenas atacar a consequência e não a causa. E mais, o creme também tem ingredientes que podem ser prejudiciais.
Logo, entramos num círculo vicioso, sabonete-creme-sabonete-creme...., e quem sofre é a pele.
A indústria cosmética fatura bilhões com isso. Que forma mais lucrativa de ganhar dinheiro fazendo um produto que causa problemas e outro que alivia não é mesmo?

Então é isso! Como dizia um ex-colega de trabalho quando eu morava São Paulo.

Espero ter esclarecido alguns pontos sobre a diferença entre o que é natural e o que é sintético e seus efeitos na pele.

Para comparar um e outro, só usando mesmo. Tenho certeza que não irá se arrepender.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sabonete de Barbatimão

O sabonete de Barbatimão é um tipo que as mulheres vão gostar. O Barbatimão é uma árvore com cascas grossas de origem do centro oeste brasileiro. No Nordeste também é encontrada.
A casca dessa árvore era utilizada na medicina dos nossos avós e pelos indígenas na higiene íntima e contra várias enfermidades da pele como coceira, cicatrizante de feridas, fungos e bactérias.
Hoje em dia, ela é ainda famosa pelo seu uso na higiene íntima da mulher, pois combate vários problemas relacionados ao órgão sexual feminino. Além de que, segundo várias fontes de informação, o Barbatimão contém grandes quantidades de uma substâncias que o fez famoso. Essas substâncias são os taninos que confere adstringência. Por isso ela é conhecida como a "árvore que aperta".
Com relação a grande quantidade de taninos, com certeza é verídica a informação. Posso até provar com fotos da minha querida bacia de aço inox onde faço minhas preciosidades. Mas antes preciso dar algumas informações sobre o que é taninos.
Serei simples nas informações, mas vocês podem pesquisar mais na internet.
Taninos são moléculas complexas de grande peso molecular de origem vegetal solúveis em água, álcool e acetona. Quando solubilizados em água, os taninos conferem uma cor marrom claro, passando para marrom avermelhado até marrom escuro dependendo da quantidade e tipo presente no vegetal. É encontrado em cascas de árvores, folhas, raízes e até frutos. Uma das principais aplicações dos taninos é o curtimento de couro. Existem empresas (fábricas) que só fazem a extração dos taninos, sustentável é claro. As principais estão no Rio Grande do Sul.
Outra aplicação muito importante dos taninos é contra a ferrugem. Isso mesmo. Ferrugem. Essa que encontramos no metais, nos nossos portões, janelas, grades, carro, etc.
Se estiver curioso(a) sobre isso, há uma experiência bem facinha de fazer: umas das ervas com mais riqueza em taninos é o chimarrão e é fácil de encontrar. Cravo da índia e chá verde e preto também, mas é mais caro. Faça um chá bem concentrado dele em água fervente e deixe descansar e esfriar por mais 12 - 24 horas. Pronto, sua solução contra a ferrugem está feita. Pegue um pedaço de metal enferrujado e tire o excesso de ferrugem com uma lixa ou material abrasivo. Só o excesso. Mergulhe na solução de chimarrão e aguarde 30 minutos a uma hora. Quando você retirar o metal da solução, ele vai estar preto e mais preto ainda na parte enferrujada. O tanino reagiu com o óxido de ferro (ferrugem) formando tanato de ferro, que é inerte, e que protege o metal contra futuras corrosões. Esse é o famoso convertedor de ferrugem que muitos pagam um absurdo por 50 a 100 ml. Claro que tem outros aditivos para melhorar a eficiência na conversão, mas basicamente são taninos. No portão ou grade, retire o excesso e passe a solução com um pincel. Pode precisar várias demãos, mas funciona. Depois é só pintar. Vai durar muuiitoo mais tempo do que quando você comprou o portão novo.

Fiz uma batelada recente por hot process. Se vocês viram a foto do sabonete na loja do elo7, agora já sabem por que ele ficou quase preto. Foi devido aos taninos.

Os sabonetes. Vejam eles na minha bacia cozinhando. Parece brigadeiro.

Sabonete de Barbatimão

Depois de enformado e duro, olha a barrona que linda e texturizada ainda por cima. Parece bolo de chocolate.

Sabonete de Barbatimão

Foi só cortar, tirar uma foto e agora as barras estão descansando (já fazem 7 dias). Já estão prontas para quem quiser.

Sabonete de Barbatimão

Ingredientes utilizados:

- Óleo de coco de Babaçu.
- Azeite de Oliva.
- Óleo de soja não trangênico.
- Óleo de Arroz vindo do Rio Grande do Sul.
- Óleo de Rícino (mamona).
- Óleo de Abacate.
- Barbatimão (infusão em óleo e água)
- Essências de Pimenta Rosa, Canela Cássia e Laranja.

Até a próxima.

Sabonete de Cenoura, Soja e Azeite de Dendê

Sabonete de Cenoura, Soja e Azeite de Dendê

Olá pessoal, hoje vou mostrar como eu fiz o lote desse sabonete tão maravilhoso para a pele. Fiz ele a uns 20 dias e já tem bastante gente saboreando-o. Verdade, dá vontade de comer, mas é para usar na pele e nos cabelos. Tem uns que eu faço e as pessoas perguntam se é paçoca e quanto custa.
Muita gente entorta a boca quando eu falo que tem azeite de dendê e perguntam: mas e o cheiro?  Será que é bom?
O azeite de dendê tem um cheiro bem característico e forte. Mesmo durante a saponificação, ainda sinto um pouco o cheiro dele. Mas depois de adicionar as essências, enformar e esperar 24 horas, o cheiro desaparece completamente ficando somente o aroma especial que fiz para ele que é de Buriti e Andiroba.
Confesso que o primeiro lote que fiz dele fiquei um pouco desapontado achando que tinha colocado muita cenoura e azeite de dendê. Estava quase aposentando ele da minha lista de receitas quando dei umas barras para outras pessoas experimentarem.
Pela minha surpresa, só elogios. Muito hidratante na medida certa e faz um bem para a pele que decidi fazer de novo, mas agora com mais capricho e adicionando o óleo de abacate. No lote anterior não tinha esse óleo. Tanto que as barras do novo lote ficaram uma cor alaranjada mais escura. Ou foi por causa do óleo de abacate, ou porque eu fiz ele pelo método hot process ou ambos. Mas uma coisa é certa, ficou tão bom quanto ou até melhor que o primeiro.

Prontos? Vamos lá.

Quais foram os ingredientes?
- Óleo de coco de Babaçu
- Óleo de Palma não refinado (azeite de dendê) - nordestino puríssimo
- Azeite de Oliva
- Óleo de Soja Leve (não trangênico)
- Óleo de Canola
- Óleo de Rícino (mamona)
- Óleo de Abacate
- Purê de cenoura
- Leite de soja
- Essência de Buriti
- Essência de Andiroba

No post anterior, escrevi como eu peso os óleos e a lixívia. Então não vou repetir de novo. Só vou mostrar a cor que fica a mistura de óleos por causa do dendê.


Olha isso aí. Parece um mel.

Agora meu purezinho de cenoura com leite de soja.


Vejam bem, é tudo aço inox. Se alguém quiser se aventurar em fazer sabonete por cold ou hot process, não use alumínio, cobre ou ferro fundido em hipótese alguma.

A mistura após ter colocado a lixívia e o purê.



O instrumento que está dentro da bacia também é excelente para fazer sabão e sabonete. Agora esqueci o nome dele. Quando lembrar eu coloco aqui. Lembrei. Acho que é Fuê certo?

Como o método que usei é o hot process, vocês verão algumas fases interessantes por onde a massa passa. O hot process, ao contrário do cold process, tem-se que cozinhar a massa até ela ficar como um purê de batatas bastante consistente e parecendo uma pasta. Só depois a massa é colocada na forma.
Depois que a massa alcança o ponto do traço, acende-se o fogo e começa a cozer ela. Um pouco depois se tem isso>


Começa a separar tudo. Água e glicerina pra lá e sabão pra cá. Quando se faz o cold process, a essência  ou óleo essencial são colocados no traço e logo em seguida a massa é enformada. Se tudo deu certo, a massa continua linda e homogênea parecendo um delicioso purê de batatas na manteiga bem molinho. Se as essências são de qualidade, não provocam a separação. Óleos essenciais dificilmente acontece, mas depende também do tipo.
Se a essência não for boa, é isso que vocês estão vendo na foto acima que acontece. O artesão fica desesperado com isso poque não tem mais como colocar na forma porque vai continuar separado. Tem gente que joga fora ou engata caminho do hot process. Também tem essências e óleos essenciais de ótima qualidade, mas mesmo assim causa a separação.
Como essa receita eu decidi usar o hot process, então não precisei me preocupar porque as essências e/ou óleos essenciais, bem como os óleos de alto valor como abacate, amêndoas,
Macadâmia, etc. são colocados lá no finalzinho quando tudo já virou sabão e glicerina e você tem uma massa consistente.

Próxima etapa:


Vejam que agora começou a ficar um pouco melhor. Isso leva um tempo e muita gente acha que não vai dar certo. Calma, seja persistente. Continue cozinhando.

Olha o que acontece depois de uns 30 minutos.


E depois de cinco minutos, o negócio vai crescendo. Até parece que coloquei fermento, hehe.


Tive que dar umas mexidas senão a massa iria pular para fora da bacia.

Depois que a massa cresce feito um bolo, ela começa a baixar e desgrudar da parede da bacia semelhante a quando se faz brigadeiro.


Depois de mais algum tempo, vejam que coisa mais delícia. Dá vontade de encher a colher e comer.


Agora é nesse ponto que adiciono essências e óleos essenciais.



Se fosse um doce de abóbora heim??

Depois é só enformar e esperar umas 12 horas para endurecer. Desenformar, cortar, deixar secar por uns 5 dias e pronto.




Existe uma grande discussão em fóruns internacionais de produção de sabonetes artesanais sobre quantos dias o mesmo já está bom para comercializar.
Com o método cold process, uns dizem que precisa de 30 dias para estar "no ponto", outros dizem que não precisa e só depende de como você quer apresentá-lo ao consumidor, macio ou mais duro.
No hot process ainda tem gente que fala que tem que deixar por 30 dias para curar. A saponificação se completa totalmente no cozimento. Eu uso o mínimo de água possível na lixívia, assim o sabonete fica seco e duro em 5 dias e ainda uso ele no mesmo dia em que corto para testar e tudo está ok.
Mesmo no cold process, se a massa entrar na fase gel, é um processo semelhante ao cozer dele no hot process. A saponificação está completa, não tem mais soda. Por experiência, os únicos motivos para esperar 30 dias de cura é apenas para ele secar e endurecer mais porque normalmente, no cold process, mais água é utilizada para fazer a lixívia do que no hot. Apenas isso.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sabonete de Camomila - etapas da produção

Bom, acho que chegou a hora de começar a "alimentar meu Blog que estava tão abandonado.

Vou começar contando para vocês como eu fiz um lote de sabonetes passo a passo. Isso é importante para as pessoas entenderem como é feito, os ingredientes utilizados e o trabalho artesanal em si.
O sabonete é o de Camomila com manteiga de Karité que é excelente para a pele ressecada pois hidrata e acalma. Usei o método cold process (saponificação a frio) e foi feito em Julho/2012.
Então vamos lá!

Primeiro de tudo, ter os ingredientes que vai no sabonete e, segundo, os utensílios (tem que ser tudo de inox ou plástico resistente e atóxico como o PEAD (polietileno de alta densidade).

Peguei minha querida bacia de aço inox e pesei os óleos e gorduras a serem saponificados.

Sabonete de Camomila

A pasta sólida branca é a gordura de coco de Babaçu. Como estava bem fresquinho nesse dia, ela fica sólida, mas quando está quente como estava aqui em maringá esses dias (36oC a tarde - que calor), ela fica líquida. Os outros líquidos é o Azeite de Oliva, Girassol, etc..

Para fazer sabonete e não sabão-lava-roupa, todos, digo todos mesmo, os ingredientes tem que ser pesados. É tudo por peso e não volume.

Aqui são os óleos já no fogo para derreter as gorduras sólidas e homogeneizar tudo.


Agora vamos pesar a soda cáustica para a saponificação. Eu uso a soda em escamas e depois a dissolvo em água. Assim eu tenho maior precisão na medida. Se colocar a mais, vira sabão pra lavar roupa, se colocar de menos, o sabonete fica mole e oleoso.

Dissolvendo em água....

 














Agora completamente dissolvida e transparente, como vocês podem ver na figura ao lado. Nesse estado, ela recebe o nome de lixívia.







Nessa receita, usei uma infusão (chá) de camomila em água bem forte.

Na próxima figura é o início da saponificação, logo depois que adicionei a lixívia.


E aqui, depois que adicionei a infusão de camomila


Veja como ficou bem amarelo. Está parecendo até um omeletão, hehe.
Ao lado esquerdo acima num potinho de vidro, é a manteiga de Karité derretida. Ela é adicionada quase no final do processo para que boa parte dela se mantenha intacta e para que o sabonete tenha característica hidratante.
A ferramenta preta mergulhada é um mixer (que hoje já quebrou) e serve para acelerar a saponificação. É excelente. A mistura fica pronta para ir para o molde em minutos (3 a 5).
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Uma dica para o pessoal que faz sabão com óleo de frituras, use um mixer. Assim não precisa encher de álcool para que o processo de saponificação acelere.
O álcool neste caso serve como um catalizador e solvente acelerando a reação para que a pessoa não tenha que ficar mexendo muito tempo.
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Bati a mistura com o mixer até chegar ao ponto de traço, que nada mais é do que a mistura ter uma consistência de um purê de batatas, mas bem molinho. Quando se levanta o mixer da mistura, a massa cai e não desaparece, ela deixa um "traço" na superfície.

Nesse ponto, adicionei a manteiga de karité derretida, os óleos essenciais de Cedro e Laranja Doce, a fragrância de camomila e flores secas trituradas de camomila. Que cheiro maravilhoso que subiu. Depois foi só...

Sabonete de Camomila

colocar na forma.

Depois de um tempinho, (30 a 40 min), apresento a vocês a fase gel, onde a massa fica semi transparente e você tem quase certeza que ocorreu tudo bem até agora. Essa é uma indicação de que a saponificação está se completando na sua totalidade.



Agora é esperar 24 horas. Após esse período, ou ocorreu tudo bem e eu terei um bloco de sabonete duro, ou deu alguma coisa errada como já aconteceu. Foi uma "lambuzeira". A saponificação não ocorreu na sua totalidade, e ficou óleo sobre a forma e dentro dela. Fui desenformar para ver se salvava alguma coisa, mas piorou tudo, derramou óleo na minha roupa, no chão. Depois a minha cachorrinha veio para saber o que estava acontecendo e pisou em cima, depois correu. Meu Deus.

Voltando ao assunto. Voilà.

Sabonete de Camomila


Agora fatiando......

Sabonete de Camomila

Sabonete de Camomila

Depois é só deixar curar por alguns dias para perder umidade e endurecer mais ainda.

Aqui são eles finalizados e embalados.

Sabonete de Camomila

Sabonete de Camomila

Um abraço e até a próxima.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sabões e Sabonetes Artesanais Cold e Hot Process (Saponificação a Frio e a Quente)


O que é saponificação a frio ou quente?
É uma saponificação natural e integral em que o processo permite a produção de um sabão a partir de matérias primas puras desde o início. Isto é, a partir de óleos,  gorduras e manteigas puras vegetais ou não e outros complementos naturais como flores, ervas, chás, especiarias, argilas e óleos essenciais. Com essa técnica pode-se produzir um sabonete 100% vegetal, natural e sem aditivos químicos industriais. O artesão tem total controle sobre os ingredientes que farão parte do sabonete.
Saponificação é o nome dado a reação química na qual um álcali (normalmente hidróxido de sódio-NaOH também chamada de soda cáustica) reage com gorduras e óleos (ácidos graxos) vegetais ou não, dando origem ao sabão e glicerina.

Porque usar um sabonete feito a mão por saponificação a frio ou a quente?

Ao contrario dos produtos comprados no supermercado, o sabonete feito a mão por esta técnica, retém toda a glicerina natural produzida no processo. A glicerina é um subproduto da saponificação produzida naturalmente e que a indústria separa para vender a outras que fabricam cosméticos mais caros. Isso é evidente quando deixamos o sabonete industrial sem umedecê-lo por um período. Ele simplesmente “racha”, cria trincas. Isto porque apenas uma fração da glicerina é deixada no sabonete (aquela que não conseguiram separar). Além disso, ele contém vários ingredientes sintéticos baratos para dar peso e outras características. É só ler o rótulo.
Na Saponificação natural, pode-se agregar elementos com propriedades fitoterápicas tais como ervas, flores, chás, sementes e óleos essenciais que podem  ter funções específicas tais como hidratação, esfoliação, cicatrizante, calmante, etc.

E o “sabonete de glicerina ou glicerinado”? Tem diferença?

Para fazer o sabonete artesanal “glicerinado”, o artesão compra uma matéria prima chamada “Base Glicerinada” que é produzida industrialmente. Há três tipos mais comuns: transparente, branca e perolada. Essa base é fabricada a partir do sabão puro (contém apenas uma fração de glicerina) que pode ser de origem vegetal e/ou animal e que recebe vários ingredientes que a transformam num material transparente (conhecido como glicerinado e não glicerina como muitos a identificam). O correto seria designá-la por BASE DOCE ou ALCOÓLICA, pois é a adição de açúcares e álcool que a conduzem a transparência (ref.: www.sabao-nosso-de-cada-dia.com). Além disso, ela ainda pode comportar, em certas circunstâncias, até 5 vezes ou mais o seu próprio peso em água.
Respondendo a pergunta: SIM, há muita diferença. Essa base é derretida em uma panela, depois agrega-se aditivos como corantes, ervas, sementes e, geralmente, o Lauril Éter Sulfato de Sódio (LESS). Depois é colocado em moldes/formas para esfriar e endurecer. Após o endurecimento é só embalar e está pronto. Esse processo leva apenas algumas horas. Por natureza, a “base glicerinada” não espuma muito. Se quiser mais espuma, pode-se adicionar um tensoativo espumante sintético e que geralmente é o LESS. 
O Saponificação natural parte da mistura de óleos e gorduras com um álcali forte (NaOH-soda cáustica para sabões e sabonetes sólidos e KOH-potassa para pastosos ou líquidos ou até uma combinação deles para obter texturas diferentes como o cremoso por exemplo) e água, onde a quantidade de cada um é precisamente controlada para que não haja alcalinidade residual. Temperatura e agitação da mistura também influencia no processo. No final do processo, todo o álcali é consumido para formar sais de Sódio e/ou Potássio dos ácidos graxos das gorduras (sabão verdadeiro) e a verdadeira glicerina.
É necessário um álcali forte para produzir sabão. Sem ele, não há sabão. Muito se vê pessoas falando que o sabonete que ela produz não usa soda cáustica porque ela compra a base pronta. Isso até certo ponto é verdadeiro, mas essa base, para se tornar um agente de limpeza, passou, sem a menor dúvida, pelo processo de saponificação onde foi utilizada a soda misturada às gorduras.
Quando a mistura gorduras/NaOH chega a um certo ponto de consistência chamado de “traço”, ela é colocada em moldes e espera-se 24h para desenformar e cortar em barras. Após esse período, temos o nosso sabonete artesanal que deve ser curado por vários dias (entre 10 a 30 dias) para que ele perca o excesso de água e endureça. Esse processo garante que o sabonete contenha o mínimo de água possível e o máximo de sabão e glicerina naturais e verdadeiros.