O que é saponificação a frio ou quente?
É uma saponificação natural e integral em que o processo permite a produção de um sabão a
partir de matérias primas puras desde o início. Isto é, a partir de óleos, gorduras e manteigas puras vegetais ou não e
outros complementos naturais como flores, ervas, chás, especiarias, argilas e
óleos essenciais. Com essa técnica pode-se produzir um sabonete 100% vegetal,
natural e sem aditivos químicos industriais. O artesão tem total controle sobre
os ingredientes que farão parte do sabonete.
Saponificação é o nome dado a reação química na
qual um álcali (normalmente hidróxido de sódio-NaOH também chamada de soda
cáustica) reage com gorduras e óleos (ácidos graxos) vegetais ou não, dando
origem ao sabão e glicerina.
Porque usar um sabonete feito a mão por
saponificação a frio ou a quente?
Ao contrario dos produtos comprados no
supermercado, o sabonete feito a mão por esta técnica, retém toda a glicerina natural
produzida no processo. A glicerina é um subproduto da saponificação produzida
naturalmente e que a indústria separa para vender a outras que fabricam cosméticos
mais caros. Isso é evidente quando deixamos o sabonete industrial sem umedecê-lo
por um período. Ele simplesmente “racha”, cria trincas. Isto porque apenas uma
fração da glicerina é deixada no sabonete (aquela que não conseguiram separar).
Além disso, ele contém vários ingredientes sintéticos baratos para dar peso e outras
características. É só ler o rótulo.
Na Saponificação natural, pode-se agregar elementos com propriedades
fitoterápicas tais como ervas, flores, chás, sementes e óleos essenciais que
podem ter funções específicas tais como
hidratação, esfoliação, cicatrizante, calmante, etc.
E o “sabonete de glicerina ou glicerinado”? Tem
diferença?
Para fazer o sabonete artesanal “glicerinado”, o
artesão compra uma matéria prima chamada “Base Glicerinada” que é produzida
industrialmente. Há três tipos mais comuns: transparente, branca e perolada.
Essa base é fabricada a partir do sabão puro (contém apenas uma fração de
glicerina) que pode ser de origem vegetal e/ou animal e que recebe vários ingredientes
que a transformam num material transparente (conhecido como glicerinado e não
glicerina como muitos a identificam). O correto seria designá-la por BASE DOCE
ou ALCOÓLICA, pois é a adição de açúcares e álcool que a conduzem a
transparência (ref.: www.sabao-nosso-de-cada-dia.com).
Além disso, ela ainda pode comportar, em certas circunstâncias, até 5 vezes ou
mais o seu próprio peso em água.
Respondendo a pergunta: SIM, há muita diferença. Essa
base é derretida em uma panela, depois agrega-se aditivos como corantes, ervas,
sementes e, geralmente, o Lauril Éter Sulfato de Sódio (LESS). Depois é colocado em
moldes/formas para esfriar e endurecer. Após o endurecimento é só embalar e
está pronto. Esse processo leva apenas algumas horas. Por natureza, a “base
glicerinada” não espuma muito. Se quiser mais espuma, pode-se adicionar um tensoativo
espumante sintético e que geralmente é o LESS.
O Saponificação natural parte da mistura de óleos e gorduras com um
álcali forte (NaOH-soda cáustica para sabões e sabonetes sólidos e KOH-potassa para pastosos ou líquidos ou até uma combinação deles para obter texturas diferentes como o cremoso por exemplo) e água, onde a quantidade de cada um é
precisamente controlada para que não haja alcalinidade residual. Temperatura
e agitação da mistura também influencia no processo. No final do processo, todo o álcali é consumido para formar sais de Sódio e/ou Potássio dos ácidos graxos das gorduras (sabão verdadeiro) e
a verdadeira glicerina.
É necessário um álcali forte para produzir sabão.
Sem ele, não há sabão. Muito se vê pessoas falando que o sabonete que ela produz não usa soda cáustica porque ela compra a base pronta. Isso até certo ponto é verdadeiro, mas essa base, para se tornar um agente de limpeza, passou, sem a menor dúvida, pelo processo de saponificação onde foi utilizada a soda misturada às gorduras.
Quando a mistura gorduras/NaOH chega a um certo
ponto de consistência chamado de “traço”, ela é colocada em moldes e espera-se
24h para desenformar e cortar em barras. Após esse período, temos o nosso
sabonete artesanal que deve ser curado por vários dias (entre 10 a 30 dias)
para que ele perca o excesso de água e endureça. Esse processo garante que o
sabonete contenha o mínimo de água possível e o máximo de sabão e glicerina
naturais e verdadeiros.
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